sábado, 30 de março de 2013

A terra sem lei agora é a terra da expressão artística

É do conhecimento de grande parte dos moradores - e não moradores - de Alvorada/RS o apelido estigmatizador de "terra sem lei". Mas no próximo sábado (06 de abril) esta realidade começa a ser mudada através da Exposição Coletiva Toque de Recolher, iniciativa do Projeto Cores no Gatilho. Cores no Gatilho é um projeto de ações artísticas. A ideia é sugerir mudanças através da arte em Alvorada, considerada uma das cidades mais violentas do Rio Grande do Sul e também, uma das mais violentas do Brasil.

Não é de hoje que a arte é utilizada para subverter a ordem, romper preconceitos e estigmas. Vamos marcar presença nesse evento e ver/mostrar que a Cidade de Alvorada está muito além das páginas policiais.



QUANDO: 06 DE ABRIL (SÁBADO).
ONDE: SuBte Café (Rua São Borja, 211 - Alvorada/RS).
HORÁRIO: 19hs

Página no Facebook: Cores no Gatilho

Email: coresnogatilho@gmail.com

segunda-feira, 18 de março de 2013

AS HIPER MULHERES

O documentário As Hiper Mulheres narra o maior ritual feminino de uma reserva no Alto Xingu, o Jamurikumalu. As mulheres da tribo começam o ensaio do ritual, enquanto a única cantora que de fato lembra/sabe todas as músicas está muito doente. Fato que ocasiona uma verdadeira corrida contra o tempo para que esse conhecimento seja transmitido.
As Hiper Mulheres é um filme sobre relacionamento humano, memória e transmissão de conhecimento fruto de uma produção da Video nas Aldeias (VNA), projeto que desde 1986 apóia a luta dos povos indígenas para fortalecer suas identidades e seus patrimônios territoriais e culturais, através de produções audiovisuais compartilhadas.

O documentário terá exibição nesta quinta-feira (21 de março) às 19 horas, com a presença do diretor Prof. Carlos Fausto (Museu Nacional UFRJ), no Auditório ILEA - UFRGS - Campus do Vale (Av. Bento Gonçalves 9500).

Ficha Técnica

Título: As Hiper Mulheres
País de Origem: Brasil
Gênero: Documentário
Classificação etária: 16 anos
Tempo de Duração: 80 minutos
Ano de Lançamento: 2011
Direção: Carlos Fausto, Leonardo Sette, Takumã Kuikuro
Produção: Associação Indigena dos Kuikuro do Alto Xingu (AIKAX), Documenta Kuikuro (DKK), e Vídeo nas Aldeias.
Prêmios: Especial do Juri e de Melhor Montagem no festival de Gramado.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Jonas Mekas em Porto Alegre (Semana de Porto Alegre)


Infelizmente Jonas Mekas não estará presente fisicamente em Porto Alegre, mas estarão (pela primeira vez!) alguns de seus filmes. Essa é uma oportunidade única e ímpar de conhecer a obra deste cineasta lituano de 90 anos, e ainda na ativa que em 1944 foi feito prisioneiro juntamente com o seu irmão num campo de concentração Nazi, durante 8 meses, até ao final da guerra. Mais tarde estudou filosofia na Universidade de Mainz (Alemanha), tendo emigrado em 1949 para Nova Iorque, onde comprou a sua primeira câmera 16 mm da marca Bolex. Começa então a filmar cenas da sua própria vida, tornando-se em um dos expoente do cinema underground e até hoje milita em prol do cinema independente. Seu trabalho é extremamente pessoal, pautando-se pelos acontecimentos dramáticos de sua vida como jovem na Lituânia, evocando suas recordações e experiências pessoais. Seus filmes são um tributo à memória, uma etnografia de si onde cada frame é uma lembrança.
Entre os filmes que serão exibidos entre os dias 19 e 24 de março de 2013 na Usina do Gasômetro - Sala de Cinema P. F. Gastal, estão:

Reminiscências de uma Viagem para a Lituânia: Dividido em três partes, o filme reúne material autobiográfico produzido pelo diretor Jonas Mekas entre 1950 e 1971. A mistura de imigrantes no Brooklyn, as danças e os cantos que reúnem a comunidade lituana em Nova York são tema da primeira parte, realizada com material filmado entre 1950 e 1953, primeiros anos de Mekas na América. A segunda parte foi rodada na Lituânia, em 1971, e mostra Semeniskiai, sua cidade natal. A última parte focaliza um campo de concentração em Hambrugo, onde Mekas ficou preso com o irmão, e lugares por onde esteve na Áustria enquanto era refugiado.

Lost Lost Lost: É o registro de procura de um cineasta pela razão da imagem, ou pela função de suas imagens no mundo. Na prática, a biografia de um cineasta contada por suas imagens: imagens-espelho, imagens-ação. O que sai disso não é um produto acabado, mas um cinema em construção, obra de um cineasta em exercício político no mundo.

Cenas da Vida de Andy Warhol
Cenas da Vida de Andy Warhol: Amizades e Interseções: Colagem das filmagens que Mekas fez de Warhol durante o período em que conviveram. O filme alterna sequências mostrando a dimensão pública de Warhol – vê-se sua retrospectiva no Whitney Museum, o primeiro concerto do Velvet Underground –, com outras retratando momentos cotidianos e íntimos: na praia, com amigos. Vemos EdieSedgwick, Gerard Malanga, George Maciunas, Yoko Ono, John Lennon, Caroline e John Kennedy Jr., entre outros.

Este Lado do Paraíso – Fragmentos de uma Biografia Inacabada: Entre o final dos anos 1960 e o início dos anos 1970, Mekas passou os verões com Jackie Kennedy, sua irmã, Lee Radziwill, e seus filhos. O período ainda era muito próximo da morte trágica de Kennedy e o convívio com o cinema foi uma das maneiras que Jackie encontrou para ajudar os filhos no luto. Mais tarde, Mekas pensou em fazer uma biografia de John Kennedy, os fragmentos inacabados dessa biografia ele reuniu neste filme.

A Prisão: Em 1964 Jonas Mekas assistiu à última apresentação de The Brig pelo The Living Theatre, antes que o grupo tivesse de desocupar o teatro no qual estavam ensaiando e se apresentando. Impactado, ele convence o grupo a invadir o teatro e a reencená-la uma última vez, na noite seguinte.

Tá aí, um ponto positivo para a Prefeitura de Porto Alegre e sua Secretaria de Cultura - dentre tantos negativos - em trazer para a Capital esses raros (documentos) cinematográficos de Jonas Mekas. Agora, parte da população em ir e prestigiar essa mostra e torcer para que essas iniciativas não se restrinjam a datas comemorativas da cidade. Que sempre seja tempo de prestigiar a cultura!

segunda-feira, 4 de março de 2013

Que as mulheres sigam trabalhando em triplas jornadas

O produto de limpeza Veja diz claramente: "Tudo bem que as mulheres ocupem o espaço público, contanto que elas não deixem de manter as suas casas bem limpinhas!".
É triste viver em mundo cujo o diferencial de uma marca seja "permitir" que uma mulher tenha tempo para trabalhar... Só faltou aquela frase mágica: "Que a mulher possa ir trabalhar fora para AJUDAR o marido com as despesas da casa"... Ah, mas tem outra muito melhor: "Que a mulher possa ir trabalhar fora e ter o seu dinheiro no final do mês para comprar as sua bobagens". Quem nunca ouviu tal despropósito???




No início dessa tarde (04/03/2013), começou a circular pelo facebook um print screen da página da Veja no facebook cuja a descrição dizia o seguinte: "Veja traz inovações para limpar a casa com mais praticidade e para A MULHER ter mais tempo para trabalhar e conquistar seu espaço". Prontamente a descrição da página do facebook foi alterada para: "Veja traz inovações para limpar a casa com mais praticidade e para você ter mais tempo para trabalhar e conquistar seu espaço". Mas persiste no site da referida marca, mais precisamente no seu histórico, o seu ideário machista e sexista. Persiste na dicotomia rosa (para meninas) e azul (para meninos). Persiste na ideia de que meninos brincam de carrinho e meninas brincam de bonecas. Persiste na visão de mundo e no ethos de uma parcela significativa da população mundial.

Persiste em você, que acha tudo isso uma bobagem... Um exagero!

Do Barro ao Asfalto

Gines narra a formação de Alvorada – um município que nasceu sob o estigma de ser uma cidade dormitório – sob a perspectiva da fundação da empresa SOUL. Seguindo a premissa da descontinuidade bachelardiana pode-se inferir que Gines tece a memória a partir da própria situação cotidiana de deslocamento. Gines começa sua narrativa falando da antiga Alvorada, no tempo que a empresa SOUL tinha apenas 90 carros, segue falando de Carlos – um dos fundadores da empresa – fazendo menção ao monopólio da empresa e a interferência que isso tem na vida dos moradores usuários do transporte coletivo. O narrar de seu Gines vem carregado de suas lembranças  não apenas como um morador antigo de Alvorada, mas também como usuário da já referida empresa de transporte e das suas percepções acerca do deslocamento cotidiano.



Titulo: Do Barro ao Asfalto
Roteiro, direção e edição: Luciana Tubello Caldas
Tempo: 5 minutos