Não aceito a premissa de que o amor é
uma “coisa” boa. Bom mesmo é a paixão!
Paixão é aquela coisa que te vira do
avesso, te desestabiliza, te movimenta... Amor é aquela coisa insossa em que
você fica de mãos dadas com o amado(a) planejando um futuro em comum... Na
paixão você diz: “foda-se o futuro, vamos ficar nessa cama até os lençóis
ficarem molhados de tanto suor!”
Paixão é gana, é víscera, é corpo, é
toque, é mão, é língua...
Amor é o que vem depois da paixão.
Menos gana, víscera e língua!
É sinal dos tempos... Todo mundo quer
uma casa própria, passar em um concurso público e um amor... Alguém para
compartilhar toda essa estabilidade burguesa que só a nossa sociedade
(desigual) capitalista poderia nos proporcionar!
Opa, menos política e mais amor!
Não, péssimo negócio esse... Mais
paixão!
Paixão implode com essa coisa toda:
“foda-se a casa própria, vamos ficar nessa cama até os lençóis ficarem molhados
de tanto suor!”; “larga essa apostila do ministério público e vem matar minha
sede com a tua saliva!”... Na paixão nada se compartilha, tudo se consome:
corpo, toque, mão e língua.
O amor é o aburguesamento moral da
paixão: “vamos sair da cama antes que os lençóis de seda fiquem manchados de
suor!”
E nessa sociedade, que nos vende a
imagem de administrativos assalariados como vencedores, quem acaba vencendo é o
amor...
Porque a paixão é proletária!
2 comentários:
E quando o amor diz: "Foda-se tudo, temos a nós mesmos?"
a paixão move o mundo
Postar um comentário