segunda-feira, 24 de março de 2014

A paixão é proletária

Não aceito a premissa de que o amor é uma “coisa” boa. Bom mesmo é a paixão!

Paixão é aquela coisa que te vira do avesso, te desestabiliza, te movimenta... Amor é aquela coisa insossa em que você fica de mãos dadas com o amado(a) planejando um futuro em comum... Na paixão você diz: “foda-se o futuro, vamos ficar nessa cama até os lençóis ficarem molhados de tanto suor!”

Paixão é gana, é víscera, é corpo, é toque, é mão, é língua...
Amor é o que vem depois da paixão. Menos gana, víscera e língua!

É sinal dos tempos... Todo mundo quer uma casa própria, passar em um concurso público e um amor... Alguém para compartilhar toda essa estabilidade burguesa que só a nossa sociedade (desigual) capitalista poderia nos proporcionar!

Opa, menos política e mais amor!
Não, péssimo negócio esse... Mais paixão!

Paixão implode com essa coisa toda: “foda-se a casa própria, vamos ficar nessa cama até os lençóis ficarem molhados de tanto suor!”; “larga essa apostila do ministério público e vem matar minha sede com a tua saliva!”... Na paixão nada se compartilha, tudo se consome: corpo, toque, mão e língua.

O amor é o aburguesamento moral da paixão: “vamos sair da cama antes que os lençóis de seda fiquem manchados de suor!”

E nessa sociedade, que nos vende a imagem de administrativos assalariados como vencedores, quem acaba vencendo é o amor...



Porque a paixão é proletária!

2 comentários:

Anônimo disse...

E quando o amor diz: "Foda-se tudo, temos a nós mesmos?"

Ana Dos Santos disse...

a paixão move o mundo